Clubes peitarão a Globo?
Enquanto os clubes se digladiam, o futebol brasileiro afunda - imgem da internet
Não é segredo que os clubes brasileiros
vêm se reunindo com a Rede Globo de TV para discutirem mudanças no futebol
brasileiro. O que a Globo tem a ver com isso? Muita coisa, pois enquanto água
não virar vinho, é ela quem banca a maior parte da conta. Mas existem sérias
divergências entre as partes. A Globo, por um lado, quer a volta do mata-mata e
se recusa a rediscutir a divisão dos recursos vindos dos direitos de televisionamento
dos jogos, uma melhora na qualidade dos jogos, e ainda por cima ameaça acabar
com a TV aberta para os jogos (alguém acredita que ela vai detonar seu melhor
produto?), os clubes (nem todos), por outro lado, estão lutando por revisar a
distribuição dos recursos oriundos da Globo, por reduzir o horário dos jogos de
meio de semana, e alterar a data de início do calendário do futebol nacional,
para coincidir com o europeu.
Dessa guerra de foice no escuro
deverá sair alguma mudança no futebol brasileiro. Esperamos sinceramente que
não seja no formato do campeonato brasileiro. Isso não apenas seria um enorme
retrocesso, como iria atuar decisivamente para a quebra dos clubes, pois boa
parte iria ficar sem atividade por longos períodos, e ainda seria um enorme
retrocesso. Além disso, já temos a Copa do Brasil, que é um torneiro mata-mata
e reúne todos os clubes das 4 divisões do futebol brasileiro.
A redução do horário também é
algo que devemos começar a pensar seriamente, pois é um dos empecilhos até
mesmo para acompanhar o jogo pela TV, quanto mais para o torcedor ir ao
estádio.
Sobre distribuição de direitos de
televisionamento, me parece que o modelo adotado pela Premier League é muito bom. Eles negociam um valor total, e 50%
desse valor é distribuído irmãmente por todos os participantes de determinada
divisão, 25% distribuído de acordo com a colocação no campeonato anterior (o
primeiro recebe 20x o valor do último colocado do ano anterior), e 25%
distribuídos de acordo com audiência e nº de jogos televisionados, sendo um
mínimo de 10 jogos para cada equipe. Essa fórmula permite a diminuição dos
abismos financeiros entre os clubes, mas não deixa de premiar desempenho e
diferenciar tamanho. Poderíamos criar, por exemplo, um dispositivo que não afetasse tanto um clube grande que fosse rebaixado, já que esses têm encargos bem superiores aos outros, mesmo que montem times mais fracos para disputar a divisão inferior.
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