Na última quarta-feira a noite,
na verdade na madrugada de quarta para quinta, o Conselho Deliberativo do Vascão
em uma votação de 113 a 103 mais dois votos nulos, decidiu por não prorrogar o mandato do atual
presidente, Carlos Roberto de Oliveira. Consequentemente seus vice-presidentes
também estarão afastados do cargo, assim que terminar seu mandato em 19 de
agosto.
Quanto a este fato, Carlos
Roberto já está tomando providências para ingressar na Justiça, provavelmente
através do pedido de uma liminar, que prorrogue seu mandato no mesmo prazo que
os outros eleitos dos poderes do Club. Argumentos para isso ele tem inúmeros, e
as chances de uma vitória são grandes, o que apenas irá se manifestar em mais
conflitos dentro da Colina.
O que ele fará em caso de vitória
na Justiça? Só Deus sabe. Há alguns dias disse que faria o tão pedido
recadastramento e iria impedir os “mensaleiros” de votar. O recadastramento é
necessário no Club, o quadro de sócios é extremamente mal mantido e ninguém
sabe ao certo como está a situação do mesmo. Mas se vier a impedir os sócios
ingressados em março e abril do ano passado de votarem, bem, então teremos mais
ações na Justiça, pois ele não terá direito algum de tomar essa atitude, caso
os sócios estejam com as mensalidades e a documentação em dia.
A comissão eleita para substituir
a presidência do Vascão até a posse do próximo presidente, já acenou que até
poderá fazer um recadastramento, mas não irá afastar os sócios mensaleiros. Faz
todo sentido, primeiro porque para o afastamento de um sócio, apenas o
PRESIDENTE do Club pode impor penas a sócios, inclusive de exclusão do quadro
social.
Também compete somente ao
presidente indicar os vice-presidentes administrativos, assim como assinar
contratos de contratação de atletas e outros funcionários do Club, além de
outras providências, como demissões, etc.
Como a comissão eleita não é
presidente do Club, o Vascão estará simplesmente engessado durante esses 3
meses, o que já começa a ficar claro com a contratação de Max Rodrigues, que
emperrou devido ao momento conturbado do Club.
Sílvio Godoi, membro da comissão eleita, Grande Benemérito e
vice-presidente do Conselho de Beneméritos do Club, deu declarações de que a
intenção da comissão é apenas blindar o futebol, e trabalhar a parte financeira,
de modo a permitir os pagamentos de atletas e funcionários do Club. E ele está
certo, pois mais do que isso não poderão fazer.
É certo que a própria existência
da comissão é omissa no Estatuto do Club, mas em seu precedente estatutário,
ocorrido durante a criação do próprio estatuto, todos os cargos eletivos foram
prorrogados. Isso inclui o de presidente do Vasco.
E para piorar as coisas, por mais
que a comissão tente “blindar” o futebol, o momento conturbado no Vascão já
está afetando todo o departamento. Entre a permanência de Rodrigo Caetano e a
continuação de um trabalho, todos estão preocupados com seus futuros, criando
uma instabilidade, que certamente poderá se refletir dentro das 4 linhas.
Aqueles que dizem querer ajudar o
Club, que dizem querer melhorar o Vascão, deveriam ter pensado um pouco melhor
antes de ter se decidido pelas atitudes que tomaram.
Carlos Roberto foi um presidente
ruim no geral, mas foi muito melhor que seu antecessor, principalmente depois
que entendeu o caminho que precisaria ser tomado. Esse caminho é duro, árduo,
difícil, e no momento ele não passa pela montagem de uma grande equipe, mas
pela reconstrução de um clube que foi destruído por 12 anos de péssima administração
e briguinhas internas. Depois disso poderíamos pensar de novo em glórias nos
campos.
E olha que não falei das cenas
lamentáveis e ridículas, mais uma vez protagonizadas por um bando de
arruaceiros que se dizem torcedores. Apoiar um ou outro candidato é uma coisa,
ir em bando para a porta de uma das sedes do Club ameaçar senhores de 70, 80 ou
até 90 anos é coisa de marginal. Esses não entenderam o que é ser Vasco, e não
vão entender nunca.
No final disso tudo ainda é possível
que tenhamos uma eleição decidida na Justiça, ou até uma intervenção judicial,
como ocorreu no bahia, e quem sofre com tudo isso é o próprio Club de Regatas
Vasco da Gama, que vê sua história ser manchada e desrespeitada, a memória de
seus fundadores ignorada, além de sua torcida, que aqui sim, se sente humilhada
pelo desrespeito que determinadas figuras demonstram ao clube de seus corações.
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