O blogueiro aqui não é advogado,
mas sabe ler, interpretar e tomar suas próprias posições, então por isso vai
dar seu pitaco nessa situação esdrúxula em que se encontra o Club de Regatas
Vasco da Gama. Mais precisamente vamos falar da prorrogação do mandato de
Carlos Roberto via Justiça, e da junta “interventora” nomeada pelo Conselho
Deliberativo do Club, em votação bastante tumultuada.
Embora tenha muita gente que defenda
a junta alegando que bahia, atlético, e outros clubes a tiveram, gostaria que
lembrar que não estamos falando de outros clubes, mas do Club de Regatas Vasco
da Gama, cujo estatuto, que já foi ridiculamente desrespeitado, pois as
eleições já deveriam ter acontecido e, caso haja suspeita de fraude (como há da
parte de alguns), então que fossem para a Justiça, não o contrário.
Pois bem, falando desse Vasco da Gama, em
seu estatuto, não existe nenhuma previsão de junta, conselho, ou seja lá que
nome inventem para administrar o Club, então, qualquer coisa nesse sentido é
pura invenção, e o CD não pode inventar. Quando o Juiz fala que o CD deveria
dizer como as coisas se resolveriam, era prorrogar mandatos ou eleger
presidentes interinos para os poderes do Club. E quando falo prorrogar mandatos
é o de todos. Não existe isso de prorrogo de uns e não prorrogo de outros.
E por que dizemos isso? Porque o
Juiz diz que o CD deveria, e o verbo é conjugado no condicional porque não está
na parte obrigatória da sentença, então existe uma sugestão do julgador, não
uma ordem expressa. Da mesma forma, também no próprio estatuto do Vascão não
existe a figura expressa da prorrogação de mandatos como solução para um
problema desse tipo, mas existe no estatuto a prorrogação de mandatos, pois
quando o estatuto atual entrou em vigor, os próprios “legisladores” do Vasco da
Gama” utilizaram a prorrogação de mandato, como forma de suprir a carência e o
vácuo que existiriam entre o final dos mandatos, a realização de eleições, e a
posse dos novos eleitos para os diversos cargos do Club.
Então, na opinião deste
blogueiro, a junta administrativa não encontra respaldo estatutário nenhum, e
mesmo a alegação de que foi democraticamente eleita não se sustenta, pois
eleição não dá o direito de ninguém agir fora das regras.
Tendo tudo isso em vista, seria
realmente lamentável se o Juiz decidisse nomear um interventor para o Club,
caso não haja uma solução acordada na guerrinha de egos das partes, que muitos dizem
ser por motivos ainda menos nobres.
Diferente do que o grupo Casaca
insinua, e em alguns momentos afirma com todas as letras, não há boa ou má
intenção em se buscar a Justiça para que se garanta um direito que alguém
entende esteja sendo cerceado, esse é um recurso aberto e de acesso a todos os
cidadãos brasileiros. Caberá à Justiça decidir se/e quais argumentos das partes
são válidos, quais são mais relevantes, e proferir uma sentença que ajuste a
situação, de acordo com as evidências e fatos levados a seu conhecimento.
E por enquanto o Juiz vem agindo
de forma bastante coerente. Faltam pouco mais de 2 meses para as eleições
(esperamos que elas realmente ocorram), o Juiz não pode julgar sem ouvir todas
as partes, e é verdade quando o Casaca diz que existe coincidência de
interesses na ação por parte da atual presidência do Club e dos autores da
ação. Como também há coincidência de interesses das chapas e grupos opositores
a tal situação.
Sendo assim, se eu julgasse esse
caso, e tivesse as evidências que coloquei acima, empurraria isso com a
barriga, e deixaria que as urnas decidissem o futuro do Club no dia 11/11, sem
mais interferências na vida cotidiana do Vascão.
Porque para isso já bastam as
ações que levam esse nome, outrora tão respeitado, a chafurdar na lama das
decisões de gente que não faz ideia do que significa ser Vascaíno!
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