Isso vem acontecendo desde o ano
passado, o Time consegue uma vantagem mínima e se encolhe, fica apenas tocando
bola, já que está aplicando uma sonora goleada de 1x0 no adversário. Está bem,
concordo que ontem isso ocorreu a partir dos 15 ou 20 min da 2ª etapa, quando o
Time cansou. Mas isso não precisava ter acontecido. Adilson tinha dois bons
atacantes no banco, e os dois sabem voltar para recompor o meio de campo. Bastava
tirar Montoya, que pregou, e colocar Edmilson ou Rafael Silva (para essa função
até prefiro Rafael), e trocar Fabrício pro Aranda. Luan para entrar seria bem
no final do jogo, e no lugar de Carlos Cesar, que fez mais uma partida fraca.
Outra coisa que tem assustado bastante é que o Vascão vem marcando zona em escanteios e faltas. Temos sido uma negação na bola aérea defensiva. Ontem o icasa perdeu algumas oportunidades dessa forma, assim como já havia acontecido contra o vila nova.
Mas vamos ao jogo. O primeiro tempo o Vasco foi muitíssimo bem ofensivamente. Montoya e Maxi Rodrigues faziam excelente partida, distribuíam bem o jogo e apareciam sempre com perigo no ataque. Kleber não era brilhante, mas fazia bom jogo, se posicionando bem e dando opções. Jhon Cley surpreendentemente ocupou a vaga de Edmilson, e também fazia bom jogo, sendo apenas um pouco precipitado nas conclusões, quando poderia buscar companheiros mais bem colocados. Ele ainda precisa amadurecer um pouco mais essa parte.
Mas se do meio para frente nós íamos bem, na defesa estávamos batendo cabeça. Adilson soltou os laterais para que apoiem, e essa é uma boa medida, mas a primeira tarefa de um lateral é a defesa. Lateral vira “ala” quando o esquema é o 3-5-2, mas quando jogamos no 4-5-1 ou 4-4-2, eles são laterais mesmo, e os esquemas que o Vascão tem adotado não permite a “escalação de alas”. Os laterais podem subir, podem apoiar o ataque, mas com inteligência, aparecendo nos espaços vazios e tendo sempre em mente a recomposição defensiva. Mais uma vez não fizemos, e o resultado foram duas enormes avenidas em direção ao gol de Martín Silva.
Isso já havia ocorrido contra o vila nova, e isso é culpa de Adilson Batista, que ainda não entendeu que atletas têm características distintas e não irão todos exercer a mesma função da mesma maneira. A mesma deficiência de sempre em nosso fraco técnico “gente boa”.
E vamos ao segundo tempo, quando o Vascão partiu para cima, mas já dava sinais de cansaço. Nos primeiros 15 min o Vascão dominava completamente o jogo, e perdeu ao menos 5 boas chances de ampliar o placar, mas já dava alguns sinais de cansaço. Depois disso parece até ter sido combinado, mas o Time inteiro pregou, Adilson substituiu muito mal, e o Vascão não chegava a levar sufoco, mas o icasa vinha para cima tentando o empate. Isso ocorreu aos 40 min do segundo tempo, em bola muito mal afastada pela zaga e uma falha bisonha de Martín Silva. Depois o Vascão tentou desesperadamente o 2º gol, mas ainda que tivéssemos pouco tempo, o icasa é quem esteve mais perto dele.
Resultado de tudo isso aí em cima é que, em dois jogos contra ocupantes da Z-4, somamos apenas 1 pt. e estivemos próximos de não somar nada. Principalmente por erros táticos de nosso treinador. Claro tivemos erros individuais e queda de rendimento de alguns atletas, mas mesmo com isso não podemos esconder o maior dos erros, que foi de posicionamento dos atletas em campo, e isso é responsabilidade do treinador.
Não costumo fazer isso no dia seguinte ao jogo, mas hoje vou dar NOTAS:
Martín Silva – Ontem não esteve bem. Foi batido duas vezes em bolas defensáveis. Na primeira deu sorte e a bola explodiu no travessão, mas na segunda tomou um frango e ainda está com as penas nas mãos. Entretanto fez duas boas defesas. Nota 5,0.
Carlos Cesar – Foi mal contra o vila nova e foi muito pior ontem. Ruim na defesa, onde deixou muitos espaços, principalmente no primeiro tempo e em boa parte do segundo. No ataque me lembrou o velho Perivaldo, o Peri da Pituba (que jogava no botafogo), ia até a linha de fundo e cruzava por trás do gol. Nota 4,0.
Rodrigo – Melhorou em relação a sua última partida, mas ainda bate cabeça com Douglas Silva. Além disso, parece que necessita de adaptação para a posição de zagueiro central. Falhou várias vezes na cobertura de Carlos Cesar. Nota 5,0.
Douglas Silva – Exatamente no nível de Rodrigo, mas teve a sorte de contar com a ajuda de nosso Pit Bull, que escondeu um pouco seus erros de posicionamento e cobertura. Nota 5,0.
Marlon – Um pouco melhor que Carlos Cesar na defesa, e bem melhor no ataque, mas longe de ser bom em qualquer das funções. Tomou um amarelo infantil e estúpido, e ainda escapou de ser expulso, ao reclamar acintosamente com o bandeira, e está suspenso. Nota 5,0.
Guiñazu – Mais uma vez fundamental na proteção à zaga. Sem ele tenho dúvidas se teríamos conseguido empatar. Pena que também tomou o terceiro amarelo no início do jogo e está suspenso. Nota 6,5.
Fabrício – Após uma sequência de 4 ou 5 jogos em que foi muito bem, a maioria após a Copa, caiu de absurdamente de rendimento. Ontem esteve mal no apoio e muito mal na cobertura à zaga e aos avanços de Carlos Cesar. Nota 5,0. Saiu para a entrada de Aranda, que manteve o nível no ataque, mas ao menos fechou melhor o lado esquerdo. Nota 5,5.
Montoya – Surpresa sua presença no lugar de Douglas. Enquanto esteve em campo foi muito bem, deu velocidade ao Time e está aprendendo a jogar pela direita, tendo inclusive feito cruzamentos com a perna direita (já havia feito isso contra o vila nova). Bons passes, dribles e atazanou a defesa do icasa. Precisa apenas soltar um pouco mais a bola. Ainda ajudou a marcação no meio. Nota 7,5. Saiu aos 15 min do segundo tempo com câimbras, e em seu lugar entrou Guilherme Biteco, que correu, lutou, mas não estava inspirado. Ajudou a marcação pela esquerda mas não fez nada de produtivo no ataque. Nota 4,5.
Maxi Rodrigues – Uma estreia de primeira. Deu bons passes, dribles, criou oportunidade, chutou a gol, levou os zagueiros adversários à loucura, mas faltou o gol. Também cansou a partir dos 20 min do segundo tempo, mas mostrou que poderá ser muito útil ao Vascão. 8,0.
Jhon Cley – Um primeiro tempo bom. Ajudou na armação de jogada e a fechar o meio de campo. Foi apenas afobado nas finalizações, na ânsia de fazer seu gol, quando tinha companheiros mais bem posicionados. Precisa melhorar isso, mas evoluiu muito do ano passado para cá. Tem muita técnica, e como já dissemos, se “aprender” a jogar futebol, será um jogador muito bom. Nota 6,0. Foi substituído por Luan, e isso é invenção de Adilson Batista, colocar Luan como volante. Ele pode até vir a fazer essa função, e bem, pois tem bom passe, porte físico e técnica, mas precisaria de muito treino para adaptação. Resultado é que bateu cabeça com Rodrigo e Douglas Silva e não fechou os espaços pela direita como se esperava, nem conseguiu apoiar, mas ao menos melhorou um pouco a marcação no jogo aéreo. Nota 4,5.
Kleber – Nos últimos 3 jogos vem mantendo o nível das apresentações. Ontem se movimentou bem, deu opções no ataque, mas está longe de ser brilhante. Na verdade não o acho esse craque que todos vêm nele, mas apenas um bom jogador. Nota 6,0.
Adilson Batista – O nome do jogo. Surpreendeu positivamente ao escalar Montoya e Jhon Cley, mas armou mal a defesa, dando liberdade excessiva aos laterais. Ofensividade é importante e deve ser praticada sempre, mas não se pode deixar tantos espaços atrás. É certo que a queda de produção de Fabrício tem contribuído, mas nos últimos dois jogos tem dado demasiada liberdade para os laterais atacarem, sem a devida cobertura. Perdemos para o vila nova assim, e ontem o icasa criou dificuldades da mesma forma. Não precisamos passar por isso. A essa altura do ano, com a maior parte do elenco em suas mãos desde o ano passado ou início desse, já deveria ter corrigido esses problemas e estar conhecendo melhor seus comandados. Substituiu mal, mantendo um apagadíssimo Carlos Cesar em campo, e tirando Jhon Cley. Além disso, se acovardou, quando deveria ter colocado Rafael Silva para incomodar os adversários, colocou mais um zagueiro que bateu cabeça lá atrás. Acho que Adilson seria um bom técnico para a base, mas lhe falta inteligência tática para voos mais altos. Nota 3,5.
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