Pelo
menos em parte, porque ontem Rica Perrone divulgou um
texto sobre as declarações de Fred acerca das torcidas organizadas no país.
Além de se posicionar quanto à condição de ídolo de Fred, e sua coragem em
criticar tão abertamente as ações das torcidas organizadas, Rica também fez uma
série de comentários muito interessantes, principalmente no que concerne à
importância das organizadas no futebol brasileiro, e ao fato de que organizadas
ou não, não têm o direito de irem aos clubes agredir e cobrar atletas.
Sim, porque as torcidas já são
parte da cultura no futebol, e não apenas no Brasil, mas em outras partes do
mundo também. Argentina, Itália, Espanha, enfim, quase todos os países que amam
o futebol apresentam torcidas organizadas, e quase todos apresentam os mesmos
problemas que no Brasil, em maior ou menor grau.
E a festa que fazem,
principalmente no Brasil é de primeira. Papel picado, balões, músicas,
baterias, bandeiras, bandeirões, faixas, etc. São um espetáculo dentro do espetáculo,
e muito provavelmente responsáveis pela maior parte da graça de um jogo de
futebol no país.
E prova disso é o Vasco x
flamengo do último domingo. Um jogo ruim. Nervoso, pegado, decisivo, mas ruim.
No primeiro tempo o Vasco ainda criou 3 ou 4 boas chances, Felipe apareceu para
salvar o time da gávea, mas seu time não fez nada. No segundo o flamengo achou
(isso mesmo, ACHOU) um gol, e o Felipe ainda fez uma ou duas intervenções em
chutes de seu xará. Mas isso é muito pouco para valer um ingresso. Então o que
resta ao torcedor é fazer sua festa na arquibancada mesmo, e para isso as
organizadas são fundamentais.
Por outro lado, Jogadores são
profissionais, dirigentes são profissionais, médicos, fisioterapeutas, preparadores
físicos, técnicos, todos profissionais, querem profissionalizar os árbitros, se
jornalistas esportivos podem ser profissionais; então porque torcedores não
podem ser profissionais? Preparar a festa que vemos nas arquibancadas não é
fácil. Demanda tempo, esforço, trabalho.
Se esses argumentos são válidos para profissionalizar outros envolvidos
no futebol, então porque não para torcedores?
Quem banca essa
profissionalização? Isso já é outra história. Existem várias possibilidades.
Mas profissionais ou não, numa
coisa Rica Perrone está certo; torcedores não podem agredir jogadores, assim
como jogadores não podem responder a torcedores quando são apupados das
arquibancadas.
E em outra coisa Rica Perrone
também está certo. Essas atitudes estão acabando com as organizadas. Pior para
o futebol brasileiro, pior para o futebol mundial.
Detalhe, este blogueiro nunca foi
membro (calma aí, tricolores) de nenhuma torcida organizada.
Clique aqui para acessar o texto
de Rica Perrone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário