quarta-feira, 9 de abril de 2014

Blog do Vascão Eterno é “advogado do diabo”

Pelo menos em parte, porque ontem Rica Perrone divulgou um texto sobre as declarações de Fred acerca das torcidas organizadas no país. Além de se posicionar quanto à condição de ídolo de Fred, e sua coragem em criticar tão abertamente as ações das torcidas organizadas, Rica também fez uma série de comentários muito interessantes, principalmente no que concerne à importância das organizadas no futebol brasileiro, e ao fato de que organizadas ou não, não têm o direito de irem aos clubes agredir e cobrar atletas.

Sim, porque as torcidas já são parte da cultura no futebol, e não apenas no Brasil, mas em outras partes do mundo também. Argentina, Itália, Espanha, enfim, quase todos os países que amam o futebol apresentam torcidas organizadas, e quase todos apresentam os mesmos problemas que no Brasil, em maior ou menor grau.

E a festa que fazem, principalmente no Brasil é de primeira. Papel picado, balões, músicas, baterias, bandeiras, bandeirões, faixas, etc. São um espetáculo dentro do espetáculo, e muito provavelmente responsáveis pela maior parte da graça de um jogo de futebol no país.

E prova disso é o Vasco x flamengo do último domingo. Um jogo ruim. Nervoso, pegado, decisivo, mas ruim. No primeiro tempo o Vasco ainda criou 3 ou 4 boas chances, Felipe apareceu para salvar o time da gávea, mas seu time não fez nada. No segundo o flamengo achou (isso mesmo, ACHOU) um gol, e o Felipe ainda fez uma ou duas intervenções em chutes de seu xará. Mas isso é muito pouco para valer um ingresso. Então o que resta ao torcedor é fazer sua festa na arquibancada mesmo, e para isso as organizadas são fundamentais.

Por outro lado, Jogadores são profissionais, dirigentes são profissionais, médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos, técnicos, todos profissionais, querem profissionalizar os árbitros, se jornalistas esportivos podem ser profissionais; então porque torcedores não podem ser profissionais? Preparar a festa que vemos nas arquibancadas não é fácil. Demanda tempo, esforço, trabalho.  Se esses argumentos são válidos para profissionalizar outros envolvidos no futebol, então porque não para torcedores?

Quem banca essa profissionalização? Isso já é outra história. Existem várias possibilidades.

Mas profissionais ou não, numa coisa Rica Perrone está certo; torcedores não podem agredir jogadores, assim como jogadores não podem responder a torcedores quando são apupados das arquibancadas.

E em outra coisa Rica Perrone também está certo. Essas atitudes estão acabando com as organizadas. Pior para o futebol brasileiro, pior para o futebol mundial.

Detalhe, este blogueiro nunca foi membro (calma aí, tricolores) de nenhuma torcida organizada.


Clique aqui para acessar o texto de Rica Perrone.

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