A última partida do Vasco no São Januário teve dois tempos absolutamente distintos, e acabou de forma melancólica, mas esperançosa também. Melancólica porque o Vasco não conseguiu passar do empate com um time da Z4, que briga desesperadamente para não cair. E esperançosa também, principalmente pelo segundo tempo da Equipe, quando entraram vários garotos da base, e o Time ganhou em pegada e disposição. O Vasco não conseguiu vencer, não conseguiu virar o jogo, mas virou sua postura em campo, e se tivesse jogado assim o campeonato inteiro provavelmente estaríamos em situação muito melhor hoje.
E o Vasco até não foi tão mal no primeiro tempo. Começou criando algumas oportunidades, mas a defesa ficava extremamente exposta com o meio-campo lerdo e burocrático que foi escalado ontem. Lerdo e burocrático como foi escalado na maior parte do campeonato, e quando conquistamos nossos piores resultados. Não deu outra, o Remo abriu 2x0 e parecia que teria uma vitória fácil, mas Leo Matos descontou em belo gol de cabeça em escanteio cobrado por Nenê. A partir daí o Vasco começou a apertar, e tentar, mas não chegava ao gol do Remo.
No segundo tempo tivemos mudanças. O Vasco voltou com Caio Lopes e Pec nos lugares de Rômulo e MT, e o Vasco melhorou muito a pegada no meio-campo, além da velocidade de transição defesa-ataque, mas tinha dificuldades próximo a área do Remo, já que o time paraense voltou fechadinho para tentar garantir o placar.
Mas as coisas complicaram para os paraense quando Victor Andrade foi expulso aos 23 min, após entrada dura e desleal em Riquelme (sem bola). E não foi a única, porque o árbitro poderia ter sido mais duro em algumas outras jogadas de ambos os lados, principalmente do segundo tempo dos paraenses. Com 10 a coisa complicou e o Vasco apertou ainda mais. Virou quase um ataque contra defesa. John Sanchéz e Daniel Amorim também entraram, e o Vasco apertou, perdeu gols, e acabou por empatar aos 37 min com Galarza.
Só que isso não significa que, mesmo com 10 homens, o Remo não tenha incomodado. Sim, os paraenses criaram e deram alguns sustos, o que deixou absolutamente claro a fragilidade da defesa Vascaína, principalmente para evitar os contra-ataques. Mas o Vasco teve as melhores chances, só que errou nas conclusões, e o jogo terminou empatado mesmo.
Apesar da fragilidade defensiva do Vasco, que foi nítida durante todo o ano, o Time melhorou muito seu rendimento ofensivo, e até no defensivo, mesmo antes de o Remo ter ficado com 1 a menos em campo. Isso se deveu principalmente às entradas de Caio Lopes e Pec, que melhoraram a intensidade de jogo no meio-campo, a recomposição defensiva, e a transição ataque-defesa. O Time acabou tendo um ganho tático-técnico, e fez com que melhorasse. Mas nitidamente faltam algumas peças melhores, falta um esquema de jogo que propicie um melhor aproveitamento dessas peças, e falta definição do que se fazer em campo. O Time mostrou o básico no 2ºT, mas sem organização, o que dificultou a cobertura das laterais, e mesmo a criação no ataque.
Como eu disse em outros posts, precisamos desse tipo de jogadores para enfrentarmos qualquer divisão, porque técnica pura e simples já não resolve mais campeonatos. Precisamos também de um técnico que saiba o que fazer com as peças que tivermos à disposição, porque apenas disposição e técnica também não são suficientes para resolver campeonatos. E precisamos de uma diretoria que ponha a cara de frente, que assuma as responsabilidades, e acompanhe o que acontece no futebol mais diretamente, e sirva de ligação entre o departamento de futebol e a Torcida, de forma a blindar o elenco, e dar as satisfações que a Torcida precisa e merece.
Saudações Vascaínas!
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