quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Vasco, uma nau a deriva num mar de política revolta

Anderson Martins deixou o Vasco. O melhor zagueiro atuando no futebol brasileiro no momento deixou a Colina, após amargar atrasos de salários, e alegar dúvidas quanto a seu futuro no Club devido aos vai-e-vens da política Vascaína, inclusive com indefinição da última eleição, que ainda depende de decisão judicial.

Isto posto, Eurico Miranda chega ao fim de seus 3 anos a frente do Club, na mesmíssima situação que recebeu de Carlos Roberto. Se é verdade que recuperou parte do patrimônio, e ainda acrescentou algumas coisas, como o Caprres e o "campo" anexo, recolocou o Basquete na quadra e recuperou o Remo, também entrega (ou continuará a frente) o Club com 3 meses de pagamentos atrasados, com contratos abaixo daqueles assinados por Carlos Roberto, e com uma dívida gigantesca, no mesmo nível daquela que recebeu.

Quanto a dívida um rápido comentário. É certo que a parcela com o Estado Brasileiro diminuiu, mas muito mais pela benesse do governo Dilma, que perdoou parte considerável das dívidas, do que por grande administração da atual diretoria. Outro ponto é que realmente Carlos Roberto aumentou a dívida civil e trabalhista, mas a maior parte (entre 70% e 80%) é originária do final do período Calçada, quando Eurico assumiu quase completamente o Club, e da primeira passagem como presidente do Caudilho Vascaíno pela Colina. Até hoje essa dívida cresce com decisões judiciais oriundas do final dos anos 90 e início do séc. XXI. Da parte de Carlos Roberto ainda deveremos ter mais algumas surpresas desagradáveis, além das famosas confissões de dívidas. Por sinal, essa prática foi iniciada pelo próprio Eurico.

Com esse quadro de terra arrasada, que se prolonga já por mais de uma década em São Januário, acabamos por testemunhar a desintegração do time de Basquete, e a perda do melhor jogador do elenco, não isento de outras deserções em futuro próximo. Do remo já não ouvimos mais falar, mesmo que o esporte permaneça no Gigante, até por força do Estatuto.

Mesmo assim iniciaremos o ano com um elenco muito superior àquele formado no início de 2015 pelo próprio Eurico, e pelo qual quase fui linchado em alguns grupos de Face e Zap, porque eu disse que aquele elenco brigaria para não ser lanterna. Todos lembram do primeiro turno ridículo, e que a reação no segundo só se deu depois da estréia de 4 reforços, entre eles Nenê, Andrezinho e Jorge Henrique. Mas aí a vaca estava atolada com lama até o pescoço naquele brejo, e o final da história é conhecido de todos.

Pois bem, dito isso, e ressalvado que em futebol as coisas mais malucas podem acontecer, vejo o elenco que está sendo montado nesse ano, com totais condições de avançar até a fase de grupos da Libertadores, fazer boa figura no Carioca, Copa do Brasil, e Brasileirão. Se avançaremos além da fase de grupos, dependerá de muita coisa, e chances reais de títulos, além do Carioca, só se tivermos mais contratações, ou se essa promissora garotada da base desabrochar de vez.

A nova gestão de 3 anos começa ao menos mais promissora que a última, mas seja Brant ou Eurico o presidente, haverá a necessidade de solucionar os pagamentos e melhorar o fluxo de caixa no Vascão, porque se não, toda essa análise pode acabar com as rescisões de contrato por atraso no pagamento de salários.

No meio disso tudo a novela da briga política com direito a suspense judiciário.

Saudações Vascaínas!

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