A Diretoria do Vascão está trabalhando numa arquitetura financeira para tirar o Club da asfixia, e ao mesmo tempo reduzir sensivelmente a dívida. A ideia é pegar um empréstimo (ou aporte) bastante expressivo, o que permitiria renegociar muitas dívidas, abatendo substancialmente os valores pagos, o devido, e ainda concentrando tudo em poucas contas, o que facilitaria a administração desses pagamentos. Tudo isso viria de um investidor americano, que aportaria pouco mais de R$ 200 mil, em contrapartida o Vascão daria cotas de TV como garantia da dívida.
Vou repetir mais uma vez:
A ideia é ótima. O problema são detalhes do contrato. O primeiro e principal é o prazo para pagamento, que tem que ser superior aos cerca de 5 anos que temos para pagar a dívida atual.
O segundo é a questão dos juros. Lembro que os juros no exterior são baixíssimos, e a verdade é que a grana desse investidor deve estar mais ou menos parada, ou em situação de alto risco fora do país.
O terceiro ponto importantíssimo é que a dívida não seja atrelada a câmbio. Vamos supor que o real se valorize, que é o menos provável, já que o país tem sua economia naufragando, e nada se faz para mudar esse panorama. Pois bem, nesse caso a dívida Vascaína se reduziria ainda mais, só que como eu disse, isso é muito improvável de ocorrer.
O mais provável é que o real siga se desvalorizando, mesmo que lentamente. Digamos 10% ao ano. Então a dívida Vascaína com o investidor estrangeiro aumentaria na mesma proporção, acrescida ainda dos juros contratuais, Isso porque a maior parte da receita Vascaína é atrelada ao real. Cotas de TV, rendas de jogos, renda publicitária, mensalidades dos associados. Isso deve corresponder a algo em torno de 70-80% da receita Vascaína, e ela é toda conseguida em real. Apenas as transações internacionais de atletas são feitas em moeda (euro ou dólar), e isso não deve chegar aos 70% das receitas anuais, e nem são certas de serem conseguidas, porque dependem de uma série de fatores, como revelar bons atletas, conseguir boas propostas, ter poder de negociação, etc.
Então a ideia é boa, mas precisa ser muito bem executada, porque a médio prazo pode vir a ser mais danosa ainda para o Club.
E apesar de eu entender toda a posição do torcedor, não adianta a gente dizer que isso não interessa, que o que interessa é vitória, é estar brigando em cima, é título, porque hoje em dia futebol é muito caro, e não se disputa título sem grana. A opção a cometermos outro erro agora é termos um título relativamente importante a cada 20 anos, como foi a Copa do Brasil de 2011 (o último brasileiro foi em 2.000), porque nada indica que tenhamos outro título desses nos próximos anos.
Então não podemos mais cometer erros.
Saudações Vascaínas!
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