terça-feira, 8 de maio de 2018

Caos financeiro e crise política

O Presidente do Vasco, Alexandre Campello, publicou no último dia 30 de abril o balanço do Club referente ao ano 2017. Nele constam o aumento das dívidas do Club, somam-se a isso muitas contas correntes não pagas, como salários, fornecedores, etc, todas relativas à gestão Eurico Miranda. Não fosse a adesão ao Pro-fut, e o aumento da dívida Vascaína teria sido na casa de 15%, em relação ao final do mandato de Carlos Roberto. Juntamos a isso o fato de a principal receita do Club estar praticamente toda comprometida esse ano, e seriamente comprometida pelos próximoa 3 anos, mais empréstimos a juros abusivos, e outras distorções mais. Além disso há cerca de 5 milhões (R$ 5.000.000,00), que saíram dos cofres do Club e que não existe nenhum comprovativo dos gastos.

Isso explica duas coisas. A primeira é o motivo de o ex-presidente Eurico Miranda querer fazer a prestação de contas. Provavelmente o ex-mandatário, mas ainda poderoso Eurico, iria mais uma vez enfeitar e enrolar na prestação de contas, de forma a camuflar a péssima administração e os desvios que cometeu. Em nenhuma empresa são aceitos gastos de R$ 5 Mil sem a devida comprovaçao da despesa, nem que fosse a notinha do caixa.

A segunda é o porquê de o Identidade Vasco abandonar a administração do Club após a publicação do balanço. Muito provavelmente fez parte do acordo entre os dois grupos a proteção a Eurico e seus desvios. Campello descumpriu o acordo, e o caldo entornou. Não restou ao grupo de Roberto Monteiro nenhuma opção que não fosse abandonar a administração, para tentar novo pacto com o grupo de Eurico no CD. Isso resultou na saída de 13 vicepresidentes, entre eles o financeiro e o de futebol. Engraçado que alguns desses fizeram o mesmo com Carlos Roberto.

Não bastasse o abandono da gestão, ainda deram uma coletiva, onde fizeram uma série de acusações vazias ao presidente, e o acusaram justamente de não ser transparente. Ora meus caros, transparência é para fora, não internamente. Quanto a questão da centralização, ficam claros o motivos quando analisamos alguns eventos, como a invasão de São Januário, a persistência de cambistas e consequente evasão de renda nos jogos do Club, entre outras.

Mas as coisas não são tão simples. Se forem verdades algumas das acusações por parte dos ex-vicepresidentes, os motivos de Campello podem ser 2. O primeiro seria a insinuação contida na denúncia, de que há algo errado e a se esconder nas transações mencionaddas. O segundo seria a falta de confiança em sua equipe, já que os laços que os ligam a antiga gestão parecem se estreitar cada vez mais, e o não repasse de informações seria crucial para proteger os interesses do Club de possíveis "desaparecimentos" de documentos, por exemplo. Por isso é imprescindível que Campello dê algumas explicações, e que as denúncias sejam devidamente apuradas.

Mas isso também provocou o vácuo político-administrativo criado com a evasão do antigo grupo de apoio do presidente. Com o acontecido Campello fica com no máximo uns 15 conselheiros no CD, e tem que repor toda uma equipe de trabalho com base política, mas com capacidade administrativa também. A solução seria uma reaproximação com os grupos de Brant, Horta, e os grupos menores que os seguem. As conversas já se iniciaram, e a princípio o apoio no Conselho Deliberativo foi parcialmente conquistada, isso foi conseguido muito devido a publicação do balanço 2017, mas o apoio para formar uma nova diretoria ainda está em conversa, e isso é fundamental para o prosseguimento do trabalho.

Quem teve acesso ao presidente diz que ele está interessado em passar o Club a limpo, derrubando procedimentos enraizados que impedem o Vasco de se reerguer e algumas "teias de aranhas" no caminho. Para completar as "oposições" garantiram apoio no CD contra eventual processo de impeachment sem provas, mas negaram participação na gestão, ao menos por agora.

Se essa é realmente a intensão do mandatário ele deve ser realmente apoiado, mas até para isso esses primeiros 3 meses devem ser passados a limpo e explicados.

A situação de Alexandre Campello é muito complicada, mas a do CR Vasco da Gama é mais. Para Campello, na pior das hipóteses, ele vai para casa cuidar de sua vida e família. O Vasco, ao contrário, está numa complicadíssima encruzilhada. Dela ele pode sair mais forte, pode se enfraquecer ainda mais, com uma ocupação sem prazo de validade da forma Eurico de gerir, ou pode deixar de ser o Gigante que ainda é, caso isso descambe para o caos total.

Torcemos muito para que a primeira hipótese se realize, e o Vasco possa retomar o caminho das vitórias, conquistas e glórias, dentro e fora dos campos e quadras.

Saudações Vascaínas!









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