O Mundial de Clubes da FIFA, que
terminou ontem, apenas nos trouxe algumas constatações daquilo que já sabíamos.
A primeira e mais nítida para o mundo inteiro é que esse formato, com
representantes de todas as federações continentais do mundo, pode ser um pouco
mais “charmoso”, mas de forma alguma melhora o nível técnico do torneio. Tal sensação
fica claríssima no fato de os europeus não darem muita bola para esse mundial,
muitas vezes enviando equipes mistas para disputa-lo.
Outro fato foi que o Galo só
canta em seu terreiro do Horto, porque saiu dali a equipe cai de forma absurda
e não passa de uma equipe mediana, virando presa fácil até para equipes bem
mais fracas tecnicamente. Não vamos incluir os resultados do Brasileirão aqui,
porque existe sempre a hipótese de que o time tenha se poupado para o Mundial
do Marrocos. Mas os resultados na Libertadores deram a dica, e o Mundial, torneio que a
equipe mineira esperou ansiosamente vieram apenas comprovar isso. O lema da
torcida deveria mudar para “saiu do Horto, tá morto”. E isso não é de agora não. O
Brasileirão do ano passado foi perdido exatamente por esse motivo.
E no Marrocos o pinto mostrou a
que não foi, e precisou de 4 tempos para estrear. Sim porque o pinto só entrou
em campo no início do quarto tempo que disputou no Marrocos, e mesmo assim
jogou por uns 15 minutos apenas, quando foi superior ao adversário e deu a
impressão de que venceria com facilidade, porque no resto da partida houve
nítido predomínio dos chineses, que perderam vários contra-ataques e não
liquidaram o jogo no primeiro tempo por absoluta falta de qualidade.
E Ronaldinho? Bom Ronaldinho foi
Ronaldinho. Não é de hoje que faz essas coisas, que se espalham por e mancham a
brilhante carreira do boleiro brasileiro. Várias vezes, e desnecessariamente,
Ronaldinho esqueceu a bola para dar cotoveladas, coices, tapas, e algumas vezes
foi punido, embora na maioria das vezes tenha passado imune. Contra o Guangzhou Evergran mesmo já tinha deixado uma mão desnecessária
na cara do marcador, que o juiz preferiu ignorar. O coice dado no defensor
adversário foi desnecessário e completamente fora de lugar. O jogo era
disputado de forma leal, e a falta do chinês não foi motivo de revide, e mesmo
que fosse ele tinha que deixar que o árbitro decidisse por puni-lo ou não.
E no final o Bayern
de Munique deve estar perguntando, porque o tiraram da Alemanha para ir ao
Marrocos? Melhor e mais fácil seria se tivessem enviado a taça para Munique.
Teria sido mais barato e teria poupado o time para partidas sérias.
Então, como não tinha
adversário para enfrenta-lo o Bayern brincou contra os chineses, e depois
contra o Raja Casablanca. No primeiro tempo da final, os alemães protagonizaram
um ataque contra defesa, encurralaram os marroquinos e fizeram dois gols.
Depois diminuíram o ritmo e ainda deram uma boa oportunidade para os locais
fazerem seu golzinho, mas esta foi desperdiçada. No segundo ficou tocando a
bola e esperando o tempo passar. Para dar mais emoção criou outra chance para
os marroquinos, que foi novamente desperdiçada por estes. Em suma contra os
marroquinos brincou tanto que criou duas boas chances para eles, que foram
desperdiçadas por pura falta de qualidade técnica para arrematar de forma
minimamente eficiente ao gol.
A verdade é que o
futebol hoje está na Europa. O cúrinthians foi campeão em cima de um Chelsea
que estava em reformulação, e mesmo assim foi amplamente dominado. O Chelsea
cansou de perder gols e Cassio de fazer defesas milagrosas. A rigor o
cúrinthians foi duas vezes ao ataque, e fez um gol. Parabéns aos gambás, porque
jogo se ganha com bola na rede, mas isso criou uma ilusão de que os paulistas
tinham um timaço. 2013 provou que não, e olha que se reforçaram bastante.
Nossos melhores atletas se
encontram no velho continente, e de lá só retornam quando se encontram em
franca decadência, ou quando não se adaptam ao estilo de vida, de treinos e
cobranças, e ao profissionalismo que é cobrado de quem recebe salários
altíssimos.
O futebol brasileiro tem que
rever muita coisa para poder voltar a brilhar. A seleção brasileira hoje não
representa nosso futebol, mas sim o futebol europeu, jogado por brasileiros. Durante
essas férias o Blog do Vascão Eterno irá comentar uma série de fatores que
poderão ajudar o futebol de nosso país a melhorar, e com isso nosso Vascão sobe
junto.
Saudações Vascaínas!
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