segunda-feira, 15 de junho de 2015

Eurico não foi ouvido na época, foi perseguido, e o Vascão pagou. Olha ele aí de novo.

Eurico tem um jeito extremamente polêmico. Já falamos o que pensamos de sua entrevista na Rádio fm O Dia esta semana, e de sua participação em reunião na CBF, que buscava alternativas para o futebol brasileiro. Por isso repetimos: Não somos contra os motivos que levam Eurico a agir, mas contra a maneira pela qual ele age. Isso fica claro quando vemos que na imensa maioria das vezes Eurico estava coberto de razões. Exemplo são suas posições contra a "espanholização" do futebol brasileiro, contra o BSFC, contra o final da Lei do Passe, ou várias das denúncias que já levou à mídia, e que nunca tiveram a devida atenção da mesma.

Para quem não sabe, a OAB já está vendo homofobia nas declarações de Eurico Miranda em sua última entrevista. Exatamente naquele pedaço em que fala sobre homossexualidade. Pois bem, para refrescar a memória, declarações desse tipo custaram ao Club uma indenização de cerca de R$ 1,5 milhão, quando no caso de Edmundo, Eurico fez uma declaração considerada ofensiva por alguns juízes.

O caso agora é praticamente o mesmo, ou seja, uma declaração de cunho pessoal, mas que pode ser atribuída ao Club, devido à mais do que estreita relação que mantém com o Vascão (é seu presidente), e porque pode ter inúmeras interpretações. E essas situações acontecem com frequência, estando Eurico certo no motivo ou não. 

Isso se agrava quando todos sabemos que o Vascão não é o queridinho do sistema. Na verdade, o Gigante sempre andou à margem do sistema, não por ser ilegal, mas por defender posições que não se enquadram no pensamento da elite dominante do país, e de onde surgiram a grande maioria dos clubes nacionais. Com um pequeno esforço de memória e conhecimento, lembraremos que o futebol foi trazido da Europa pela elite, que ela o praticava, e que negros e pobres não eram aceitos nos times e nas ligas organizadas na época. Quem chegou quebrando esse status quo foi o Club de Regatas Vasco da Gama. Para quem quiser, basta buscar a famosa "Resposta Histórica", que segue guardada na sala de troféus do Club, e que para mim é o maior deles.

Desde essa época o Vascão é aturado, mas não aceito.

Com esse quadro, quem preside o Club de Regatas Vasco da Gama não precisa ser um banana, ficar dando risinhos para todos os lados, e nem ficar defendendo o bem do futebol carioca. Mas o presidente desse Gigante tem que ter muito bom senso na hora de abrir a boca, cuidar do que vai dizer, defender o Club sem se expor e, principalmente, sem expor a instituição. Um Club que sempre foi de vanguarda, ligado às classes populares (sem ser populista), hoje é injustamente taxado de elitista e preconceituoso.

Para quem acha que Eurico não faz coisas boas, a prova do contrário está abaixo. Mas quem deu atenção na época? Quem dá atenção agora? Quando se dá atenção, como ela é dada?

Para quem quiser ler o artigo completo, é só clicar aqui.


EURICO MIRANDA DENUNCIOU ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DA TRAFFIC HÁ QUASE 17 ANOS

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"Por que são sempre os mesmos intermediários?", questionava, em 1988, o cartola Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama; "Por que os clubes que eles exploram estão de mal a pior e eles estão sempre bem? Por que ingressaram no esporte, por meio do jornalismo, e o deixaram e passaram a ser exploradores do mesmo? Provoquem- me, para que eu diga tudo o que sei!", dizia; no artigo, Miranda denunciava os intermediários J. Hawilla, da Traffic, e Kleber Leite, da Klefer

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