O Vascão venceu o CRB ontem no São Januário. A vitória faz com que o Cruzmaltino suba algumas posições na tabela, e dá novo ânimo para o trabalho, mas precisamos frisar que há muito que ser feito, porque o placar está longe de refletir a atuação das duas equipes. Como eu sempre digo, merece ganhar o jogo quem faz os gols, e nesse sentido o Vasco foi mais do que merecedor da vitória, mas o que as duas equipes criaram, como se portaram em campo, como preencheram os espaços, bem isso não estaria refletido no placar não fosse a nítida superioridade técnica dos Cruzmaltinos.
O primeiro tempo foi bem ruim. Essa etapa começou e parecia que quem jogava em casa era o CRB. O time alagoano subiu a marcação, apertou a saída de bola do Vasco, compactou o jogo, e criou muitas dificuldades para os Vascaínos, mesmo que isso não tenha se traduzido em chances efetivas de gol. Já os verdadeiros donos da casa mal chegavam à intermediária adversária. Aos poucos isso foi mudando, e os Vascaínos passaram a ser um pouco melhores, mas também sem criar nada. Aos 20 min Cano roubou a bola do último defensor e partiu sozinho para o gol, mas possibilitou a defesa ao tentar encobrir o goleiro. Depois aos 35 min e aos 40 min foram criadas chances para a defesa, e aos 43 min, em rebote da defesa, Marquinhos Gabriel jogou despretenciosamente para a área, e Cano sozinho (que falha da defesa) teve tempo de olhar, pensar o que ia fazer, e cabecear para o gol sem ser incomodado, ou ter mesmo que pular. 1x0 fez justiça pelo pouco melhor que o Vasco foi.
O segundo tempo começou e o CRB mandou duas bolas na trave esquerda de Lucão, uma aos 7 min e outra aos 23 min, e ainda obrigou o Vascaíno a boa defesa. Os alagoanos seguiram pressionando, e o Vasco se defendia mal, e do jeito que dava. Aos 39 min, contando com a sorte, Léo Jabá aumentou. Cano tentou abrir na direita, o zagueiro cortou, mas a bola sobrou para Léo Jabá livre, e ele tocou por baixo do goleiro, que ainda tocou na bola antes de ela entrar. Aí o Vasco resolveu fazer o que eu disse que deveria fazer desde o primeiro tempo: adiantou a marcação. Aos 45 min roubamos a bola com a defesa adversária escancarada, Galarza cruzou da esquerda e Cano mangou de primeira na trave. Aos 49 min Léo Jabá foi à linha de fundo e cruzou para trás, Galarza não conseguiu dominar, mas Marquinhos Gabriel encheu o pé para dar números finais ao jogo.
Entendam, quando digo que o placar não refletiu a partida, não significa que o Vasco não tenha merecido vencer, mas que ele foi muito elástico em relação ao que as duas equipes produziram. O CRB mandou duas bolas na trave, mas teve algumas oportunidades de concluir da entrada, e até de dentro da área, sem marcação, mas chutaram mal, ou em cima de Lucão. Além disso, os alagoanos tiveram a bola com muito mais tempo e de forma mais ameaçadora ao gol Vascaíno. O próprio Marcelo Cabo constatou que, mesmo com 3 volantes e um armador em campo, o Vasco não conseguia marcar o adversário de forma efetiva. Isso se deu basicamente por duas situações em campo. A primeira foi o afastamento excessivo entre as linhas Vascaínas, o que dava espaço para os adversários. Isso era piorado porque a marcação Vascaína era feita à distância, naquilo que os comentaristas mais antigos chamavam de arame liso, que cerca mas não pega ninguém. E bastava o Vasco ter adiantado e compactado suas linhas que teria tido uma vitória bem mais tranquila, com domínio efetivo da partida e das ações, porque em todas as poucas vezes que fez isso recuperou a bola, e o CRB não conseguiu sair de sua defesa. Outro problema foi que o Time nitidamente estava torto, com a imensa maioria das ações Vascaínas tendo sido tomadas pela direita.
Mas gostei de Riquelme, que pareceu não ter sentido a titularidade, gostei da entrada de Galarza, e de Juninho, que finalmente apresentou a intensidade que se cobra dele. A zaga em geral também se portou bem. De negativo mesmo foi Rômulo, que esteve completamente apagado, e desaparecido em campo.
Mas Cabo parece estar reencontrando um bom caminho. Que o Vasco o retome rapidamente.
Saudações Vascaínas!