Após cinco anos de administração
de Carlos Roberto, o Vascão continua com problemas estruturais e
administrativos herdados de Eurico Miranda, mas também adquiriu outros, criados
pela atual administração. Se a escassez de títulos começou com a assunção de
Eurico Miranda à presidência do Clube no início do século XXI, isso se ampliou
e nos últimos 13 anos levantamos apenas dois títulos no futebol profissional,
embora outras categorias e modalidades tenham nos dado alguns títulos nos
últimos anos, mas nada que possa aplacar a sede por títulos a que a Nação
Cruzmaltina se acostumou e merece.
Os pouco mais de 20 anos de administração
de Antonio Soares Calçada parecem realmente ter ficado no passado. Amparado por
resultados expressivos em campo, e uma administração eficiente para a época, foi
capaz de controlar a cena política do Cube, e acabou por ter uma oposição
frágil e pouco atuante. Isso ficou mais nítido depois que cooptou Eurico
Miranda, mantendo-o como vice de futebol pela maior parte do tempo em que
esteve à frente do Gigante.
Tal situação também possibilitou manter
o Clube com boa saúde financeira, a ponto de, no final dos anos 90, o Vascão
ser o único clube carioca que não tinha dívidas, e ainda mantinha alto grau de
poder de investimento. Isso se traduzia na contratação de grandes craques, e em
termos sempre um Time muito competitivo. O maior exemplo disso foi a
contratação de Bebeto, na época ídolo de nosso maior rival.
Mas esse tempo passou, e em
apenas 14 anos, o Vascão passou de um Clube saudável, que mantinha um Time altamente
competitivo, para um dos maiores devedores do futebol brasileiro, e a ter um
Time que já foi duas vezes rebaixado nos últimos 5 anos.
Essa situação lamuriosa ainda é
acompanhada de uma situação política desastrosa, onde o Clube aparece altamente
fragmentado, e interesses pessoais de poder têm se sobressaído aos interesses
do próprio Clube.
A administração interna, e os
relacionamentos externos do Clube também vêm sendo bastante importantes em todo
esse processo. Os primeiros anos pós-Calçada foram marcados por uma
administração suspeita, e por relacionamentos externos tumultuados, que levaram
o Vascão de uma posição de relevância a apenas se manter com muita dificuldade
entre os clubes de elite do país.
Na segunda administração
pós-Calçada, o mínimo que podemos dizer é que internamente há impressionante incompetência
– para dizer o mínimo -, e em seus relacionamentos externos o Clube vem sendo
usado com vistas a ganhos políticos pessoais e se portado de forma altamente
permissiva e passiva, passando de inimigo público a motivo de risadas e
chacota.
E toda essa situação promete perdurar
por mais algum tempo, pois os Vascaínos vêm mostrando impressionante miopia, ao
ver apenas a existência das duas correntes acima como opções de administração
ao Gigante.
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