O mais antigos com certeza se lembram, na década de 70 do século XX, o Vascão mais uma vez mostrou sua força e executou uma façanha. Comprou Tostão ao cruzeiro, que na época foi a maior transação entre dois clubes brasileiros e ficou marcada na história. O sítio Sempre Vasco descreveu a história da aquisição de Tostão com o texto abaixo. Vamos conhecer um pouco mais da história do nosso Vascão.
Até a última semana, Jairzinho e Paulo César eram os ídolos máximos da torcida carioca. Agora a caroa, por direito de categoria e classe, repousa sobre uma outra cabeça: Tostão, o homem que venceu mais uma batalha na sua guerra pelo bom futebol.
Há anos os vascaínos não tinham uma alegria tão grande: nem o título de 70, depois de 12 anos de jejum, emocionou tanto aquela massa de torcedores. Então, a festa era só do Vasco;hoje, é de todo o Rio, que recupera prestígio no lance ousado de pagar 3,5 milhões de cruzeiros por um jogador de futebol (fora despesas e 720 mil cruzeiros pelo contrato de dois anos).
Por isso a cidade estava em festa quando Tostão chegou, escapando de Minas, do fabricante de cervejas e do técnico atrabiliário. Trazendo, com sua classe de grande jogador, sua dignidade de homem.
A portuguesada, ausente há tanto tempo, encheu as ruas do Rio aos gritos de "Basco, Basco!" O presidente Agatirno Gomes, que via seu clube esvaziar-se como grande potência do futebol brasileiro, podia declarar de cabeça erguida: - Tostão, para o Vasco, é mais que um grande jogador; é um estado de espírito, uma injeção de otimismo.
Tostão, que recebera com surpresa o resultado de seu leilão, que preferia abertamente ir para o Fluminense, não resistiu à apoteótica recepção: - Isto é uma loucura. O Vasco é o último clube da minha vida. Não sairei mais daqui.
A multidão - a maior que já recebeu um jogador no Rio, sem contar a seleção tricampeã - enfrentou o policiamento severo para venerar seu novo ídolo. No entanto, Tostão mesmo fazia questão de avisar: - Não vim para ser um ídolo isolado nem vou fazer nenhum milagre.
Ninguém espere que Tostão, sozinho, transforme o Vasco em um grande esquadrão a partir do momento da sua estréia. Zizinho reconhece que Tostão é um grande passo, mas não o suficiente para ultrapassar a linha que demarca a meta almejada: se não títulos, a grandeza verdadeira do Vasco da Gama. - Falta muita coisa ainda.
Como jogará Tostão no Vasco? - Tostão virá jogando de rtás, conforme fazia no Cruzeiro. Ninguém vai violentar suas características. - Terei de arranjar bons parceiros para ele. O Dé, voltando à forma, será muito útil. O Roberto está desabrochando agora. Nós não temos problemas na defesa; agora, estamos caminhando para resolver os problemas do ataque.
Pode ser que Tostão não resolva, sozinho, os problemas do time do Vasco. Mas seguramente levantará o moral do clube, dando aos vascaínos o ídolo que não tinham desde o fim da década de 50. Tostão recebe 240 mil cruzeiros na assinatura do contrato e mais 240 mil no fim do ano - tudo com a garantia do Banco Português do Brasil do Brasil, financiador de toda a transação com o Cruzeiro. Os salários serão de 10 mil cruzeiros mensais, completando no final de dois anos o total de 720 mil cruzeiros. Além disso, no segundo ano de contrato Tostão receberá mil dólares por partida no exterior.
Em compensação, tanto o banco financiador como a indústria de um dos avalistas - Amadeu Siqueira - se beneficiarão da presença de Tostão. Ele ajudará na promoção dessas duas empresas, inclusive dando nome a um chocolate branco, marca Tostão. Agora, só falta Tostão entrar em campo, para a glória do Vasco e do futebol carioca.
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