O Vasco não passou de um empate com o Vila Nova ontem no São Januário, em jogo de baixíssimo nível técnico, mas de muita correria, entrega, disposição, e até algumas jogadas mais violentas. Essas jogadas acorreram muito mais pelo excesso de vontade do que por maldade, mas ocorreram. No final o resultado não foi injusto, porque ambas as equipes tiveram oportunidades de vencer, mas desperdiçaram essas chances.
No primeiro tempo o Vasco teve muito mais posse, mas a verdade é que o jogo foi equilibrado. O 1x1 no placar foi justo pelo que fizeram as equipes, e apesar da bola na trave, do gol anulado pela arbitragem e mais umas duas boas chegadas que foram a favor do Vasco, o Vila Nova obrigou Thiago a fazer ao menos duas ótimas defesas, e foi sempre perigoso nos contra-ataques. Isso equilibrou o jogo, independentemente dessa bobagem que inventaram de posse de bola.
No segundo a coisa mudava de figura e o Vila Nova vinha para cima e amadurecia seu segundo gol, enquanto o Vasco não passava da intermediária adversária. Mas aos 11 min Zé Ricardo colocou Juninho e Vitinho nos lugares de Weverton e Bruno Nazário. Com a alteração o Vasco ao menos parou de tomar sufoco. Aos 25 Figueiredo e Getúlio entraram nos lugares de Raniel e Nenê, e o Vasco começou a chegar, a incomodar de verdade. Aos 29 Lucas Oliveira entrou no lugar de Yuri. Mas a verdade é que o Vasco em nenhum momento teve realmente o jogo nas mãos, embora tenha tido a oportunidade mais clara de gol com Zé Gabriel nos minutos finais. O problema é que foi um lance fortuito, já que o Vasco teve apenas um lance em todo o jogo em que a bola foi realmente trabalhada (o gol anulado).
E os erros são os mesmos, ainda que 90% do elenco seja diferente do elenco do ano passado. Pior que falta de qualidade, o Vasco é um Time espaçado, mal posicionado, que se torna previsível e fácil de marcar quando os atletas têm posições fixas em campo, que não apresenta uma única jogada ensaiada, ou trabalhada. E isso é culpa do treinador.
Fora isso a insistência em escalar jogadores em posições erradas. Por que Bruno Nazário de ponta direita (nunca fez nada por ali)? Por que improvisar Yuri na lateral direita, se tenho Leo Matos? Porque colocar Nenê no meio-campo, se ele não aguenta o ritmo de um atleta dessa posição? Por que escalar Weverton, que jogou dois jogos razoáveis no início da temporada, e nunca mais jogou nada que se aproveitasse? O resultado de erros como esse foi um Time que perdeu o meio-campo durante praticamente todo o jogo, que era lento, e que não conseguia municiar o ataque, obrigando os zagueiros aos famosos chutões que se confundem com lançamentos, e o Time ainda estava torto, já que o lado direito era totalmente inoperante e as ações se concentravam no lado esquerdo.
Mas tirando isso tudo duas coisas marcaram o jogo uma muito negativamente e outra positivamente. Negativamente foi a saída de Nenê, que jogou a braçadeira de capitão no chão, e ficou reclamando após a saída de campo, mais uma vez mostrou desrespeito a um técnico e ao grupo a que pertence. Entendo que ninguém goste de ser substituído, mas já imaginaram se todos agissem dessa forma? Nada justifica a reação do veterano atleta.
Mas positivamente tivemos a reação de Quintero, que ao ver o atleta do Vila Nova metido entre os jogadores do Vasco enquanto Zé Ricardo dava instruções, correu ao local e retirou o atleta de lá. Isso gerou um início de confusão, com empurra-empurra e a tradicional turma do deixa disso. O positivo foi que ele tomou uma atitude, enquanto ninguém mais fez isso. A total falta de ética de Pablo não passou despercebida por Quintero, e muito menos ignorada.
Mas o Vasco precisa melhorar muito, e esses erros não podem voltar a se repetir. Se Nenê já não tinha condições de ser escalado no meio-campo a 5 ou 6 anos atrás, agora é que não tem mesmo. E vamos parar com essa bobagem de inverter pé de atacante se temos os atacantes certos para serem escalados. Da mesma forma vamos parar de improvisar desnecessariamente. Esse elenco está longe de ser genial, mas pode render muito mais.
A propósito, não faltou vontade ou empenho, o que faltou foi organização tática e até condicionamento físico.
Saudações Vascaínas!
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