terça-feira, 1 de julho de 2014

Blog do Vascão Eterno traz denúncia de má administração

O toque de Midas às avessas. Culpado ou inocente? Já pouco importa, mas é impressionante que mais uma vez Eurico Miranda tenha seu nome vinculado a um mar de suspeitas de fraudes e má administração. Pior, mais uma vez vê seu nome vinculado à falência de uma instituição portuguesa forte e importante.

Eu mesmo já estive na Beneficiência Portuguesa para realizar alguns exames. As dependências e estruturas eram impressionantes. Dá pena saber que um hospital daquele porte e estrutura foi reduzido à situação que vemos abaixo.

A reportagem da revista Veja foi veiculada em 2002, mas colhi o depoimento abaixo que foi postado na internet em 2010. Há outros depoimentos, alguns indicando a decadência do Hospital, e outros indicando que houve certa melhora, e que o pior da crise já passou. De qualquer forma nada justifica as condições atuais, ou a decadência que experimentou a BP, hospital que já foi referência em atendimento no Rio de Janeiro.


Para mim é uma dor muito grande ver o Hospital que nasci se acabar deste jeito....
Infelizmente existem pessoas que só veem ao mundo para matar, roubar e destruir. E foi assim que fizeram com a Beneficiência Portuguesa... Mataram os sonhos dos funcionários e pacientes, Roubaram toda a herança que o hospital tinha e destruiram toda uma história...
Infelizmente nunca mais será como era antes....
E isso não tem nada a ver com futebol? Tem sim, e muito. Basta saber ler.

SAÚDE
Hospital na UTI
Denúncias expõem crise na Beneficência
Patricia Malavez

Dilmar Cavalher/Strana

Sal�rios atrasados e administra��o sob suspeita: a Benefic�ncia Portuguesa n�o � nem sombra do que j� foi

Sintomas
http://veja.abril.com.br/vejinhas_2002/imagens/rotPonto.gif A Beneficência Portuguesa realizava 50 cirurgias por dia. Hoje são apenas 2.
http://veja.abril.com.br/vejinhas_2002/imagens/rotPonto.gif Só 2 dos 8 andares do hospital anexo Santa Maria estão funcionando.




A Beneficência Portuguesa já foi sinônimo de excelência no atendimento médico-hospitalar. Muitos recorriam ao hospital da Glória em busca de profissionais conceituados, amparados por equipamentos de última geração. Tornar-se sócio da instituição era o sonho de muita gente e privilégio de alguns. Para garantir o atendimento gratuito ou a preços camaradas para o resto da vida, era preciso pagar uma jóia comparável ao preço de um apartamento. Ao longo desses 162 anos de existência da instituição houve 20.000 sócios. Os tempos de boa saúde financeira ficaram para trás. A Beneficência Portuguesa atravessa uma crise sem precedentes. Há médicos que não recebem salário há mais de um ano, e a maioria deles deixou de atender. Muitos cobram seus direitos trabalhistas na Justiça, que bloqueou as contas do hospital. O Sindicato dos Médicos denuncia que a instituição não tem mais condições de atender e pode causar danos aos pacientes internados. Dos oito andares do Hospital Santa Maria, a unidade mais moderna do complexo, somente dois estão em funcionamento. Mais da metade do centro cirúrgico, com catorze salas, foi fechada com tapume. Em março, após inspeção da Vigilância Sanitária Estadual, as internações foram suspensas. Os motivos? Falta de higiene, remédios com prazo de validade vencido, infiltração e vazamentos no prédio. O relatório final do órgão conclui que o estabelecimento "não funciona em condições adequadas e não cumpre as normas de biossegurança". Quem circula pelos corredores vazios constata a decadência da casa. Das mais de cinqüenta cirurgias realizadas diariamente tempos atrás, hoje ocorrem, no máximo, duas. Apenas um plano de saúde mantém convênio com o hospital. Há êxodo de profissionais e pacientes. No início deste ano, Paulo Niemeyer Filho, sumidade na neurocirurgia, desligou-se da Beneficência, na qual chefiou o departamento de neurologia durante anos. Antes dele, outro profissional conceituado, o gastroenterologista José Figueiredo Penteado, também havia saído. 
Fotos Dilmar Cavalher/Strana


trana

Interdi��o: s� dois andares funcionam
Salas de cirurgia: metade fechada
Os problemas começaram há cerca de dez anos. Segundo o presidente da Associação dos Sócios da Beneficência, Alberto Maia, a situação piorou a partir de 1999, quando, numa eleição conturbada, a chapa liderada pelo deputado federal Eurico Miranda, que também é presidente do Vasco, venceu o grupo opositor, encabeçado pelo empresário Arthur Sendas. Houve denúncia de fraude, a votação chegou a ser anulada pela Justiça, mas o deputado levou a melhor e indicou seu primo, Carlos Alberto Rodrigues, para a presidência. De 1990 até hoje, a Beneficência desfez-se de patrimônio: vendeu ou doou cerca de 120 imóveis. Como há a suspeita de subfaturamento em algumas negociações, na semana passada foi instaurado inquérito na 9ª Delegacia de Polícia, para que a diretoria seja ouvida. No Ministério Público ainda transitam outros dois processos contra a instituição.


Para Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos, é imprescindível que se faça uma auditoria. "É caso de polícia", protesta ele. Dois anos atrás, o sindicato enviou um relatório às secretarias estadual e municipal de Saúde, cobrando uma intervenção no hospital. "Não tomaram providência nenhuma", reclama Darze. Carlos Alberto Rodrigues não nega os problemas pelos quais a instituição passa, mas afirma que ela está sendo alvo de uma campanha política que visa, na verdade, a atingir Eurico Miranda. O presidente explica que, em 1992, o hospital já enfrentava problemas financeiros devido "à perversidade dos planos econômicos". Ele aponta a demissão em massa de funcionários feita por seu antecessor no cargo como a causa maior dos problemas de hoje. Foram postos na rua 2.000 empregados. "Eram profissionais de trinta, quarenta anos de casa. Isso gerou um passivo trabalhista muito grande que começou a desabar depois de 1997, mas principalmente em 1999 e 2000", declara Carlos Alberto. Ele argumenta que em sua gestão já pagou mais de 25 milhões de reais a ex-funcionários. "Com as contas bloqueadas pela Justiça trabalhista, não pudemos honrar os cheques na praça", afirma. Sobre a denúncia de dilapidação do patrimônio, alega que nunca se desfez de um só imóvel. "Eles foram vendidos na gestão anterior. A diretoria de 1994 e 1995, essa sim, foi a coveira da Beneficência", contra-ataca o presidente. A aposentada Maria Juraci Jesus chora ao passar pela porta do hospital. "Eu e meu marido tivemos de fazer um sacrifício muito grande para entrar de sócios. Nós acreditávamos que assim teríamos uma velhice tranqüila", diz ela. Os associados vão fazer, no sábado (27), uma manifestação no local, para exigir a antecipação das eleições e a troca da diretoria. Esperam dar o primeiro passo para que a Beneficência Portuguesa consiga ter alta da UTI.

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