terça-feira, 29 de abril de 2014

Bog do Vascão Eterno – Agora faz sentido!

Após mais de 36 hs sem internet, finalmente podemos voltar a publica em nosso Blog. E não adianta dizer que eu poderia ter ido a um cyber café, porque a cidade inteira ficou fora do ar. Bem, vamos ao que importa.

Para quem acompanhou ano passado, na reta final do palhaçadão orquestrado pela CBF Adilson Batista andou fazendo algumas escalações estranhas, que aos olhos de quem não acompanha o trabalho dele, pareciam invenções descabidas. Na verdade não eram. Hoje vamos analisar um pouco essas maluquices de Adilson, e mostrar apenas que ele é tacanho no esquema, pois acha que pode e deve aplica-lo a qualquer grupo de atletas.

Para quem observou com atenção, nossa defesa chegou a formar com Alessandro, Renato Silva, Luan, Cris e Yotún. E essa é exatamente a formação que temos hoje, apenas os nomes mudaram. Afinal de contas, Martín Silva, André Rocha, Luan, Rodrigo e Diego Renan, fazem o mesmo tipo de formação defensiva que Adilson tentou ano passado, mas ano passao com jogadores que não sabem atuar dessa forma, pois para isso dar certo é preciso muito treinamento e entrosamento. Este ano temos atletas que sabem atuar dessa forma, acredito inclusive, que Adilson pediu a contratação de André Rocha, pois ele sabe fazer exatamente essa função, não sendo mais do que um zagueiro que joga deslocado pela direita, e que às vezes sobe ao ataque.

Na frente dessa zaga temos Guiñazu, que costuma fazer um primeiro combate pelo lado esquerdo (André Rocha faz pelo direito), e este também tem liberdade para chegar ao ataque eventualmente. Isso facilita o trabalho de Luan e Rodrigo, que dificilmente se vêm no mano a mano com os atacantes adversários. No meio temos Pedro Ken, Diego Renan e Douglas, e na frente Everton Costa, Edmilson e Reginaldo.

Esse 4-3-3 aparece quando atacamos, mas quando defendemos cada um assume a função tradicional, e fazemos duas linhas de 4,como os Europeus. Isso porque Reginaldo volta para fechar o meio campo, e frequentemente temos o retorno de Everton Costa também, fazendo um bloqueio fortíssimo na frente da área. Dessa forma costumamos defender no tradicional 4-4-2, ou às vezes até no 4-5-1.

Mas tudo isso acontece quando temos o time titular em campo, com atletas que já aprenderam a jogar assim, ou cujas características propiciam tal formação tática. Quando o time entra com muitos reservas, como foi o caso dos dois primeiros jogos do palhaçadão 2014, os substitutos apresentam dificuldades em atuar dessa forma, e o resultado é o que vimos nessas rodadas.

E a culpa disso não é exclusivamente dos atletas, mas principalmente do técnico. Porque o trabalho dele não é apenas criar um sistema tático, mas sim um sistema tático que se adeque às características dos atletas que estão sob seu comando. Assim, dependendo das peças que tenha a disposição, será criada a tática a ser usada.

Essa adaptação a sistemas táticos também é um dos motivos para que jogadores brasileiros levem mais tempo para se adaptar ao futebol europeu, isso quando se adaptam. Alguns não o conseguem, e caem para ligas secundárias, ou retornam ao Brasil.

O que Adilson quer fazer no Vascão demanda tempo, treino, e boa vontade. Apenas a última parece estar presente no grupo. E mesmo que tivéssemos todos esses ingredientes no Vascão, ainda nos faltaria o bom senso em não fazer atletas desempenharem funções muito fora de suas características físicas. Exemplo disso é tentar fazer com que Felipe Bastos jogue como apoiador. Ele é lento, pouco criativo, e não é driblador. Outra é fazer com que Douglas seja o cérebro do time. Ele também é lento, e embora seja bastante criativo, é muito dispersivo. Cabe ao treinador conseguir extrair o que cada um tem de melhor, e minimizar seus defeitos.

Adilson Batista conseguiu isso no Vasco, mas apenas no time principal. Quando tem que mudar peças desse time, se perde na insistência de querer que atletas de características diferentes, façam o mesmo trabalho. Não vão fazer.

Os principais times europeus têm grandes elencos, e elencos grandes. As trocas são constantes de um jogo para outro. Também têm uma temporada longa e difícil, com muitos jogos. A diferença é que têm elencos maiores, e não estão presos a um único sistema tático. Ele varia de acordo com os jogos e com os atletas que estão a disposição do técnico pra determinada partida. Claro que sempre aparecem exceções, o Barcelona de 3 ou 4 anos atrás é ótimo exemplo disso.

E isso ocorre porque seres humanos não são iguais. Cabe ao técnico prever tais diferenças, e criar sistemas para superá-las. Adilson quer que todos joguem da mesma forma. Não vão.

Adilson poderá ser campeão da série B pelo Vascão, poderá até vencer outros campeonatos, mas isso não faz dele um bom técnico, porque lhe falta o entendimento da diferença humana, além da velocidade de raciocínio e impetuosidade para mudar o andamento de uma partida. E isso é fundamental em qualquer estrategista.


Saudações Vascaínas!

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