Estamos na contagem final para o
início da Copa do Mundo da FIFA 2014, no Brasil e que, pela primeira vez, terá
a presença de todas as seleções campeãs do mundo. Para quem não lembra a festa
e o jogo de abertura serão na próxima quinta-feira, quando o Brasil enfrentará
a Croácia pelo grupo “A” do torneio. Infelizmente nesse período de
aproximadamente 1 mês não teremos Vascão em campo,
Lamentamos a ausência de nosso
Vascão dos campos de futebol, mas a Copa do Mundo é a festa do futebol, e por
isso mesmo só acontece de 4 em 4 anos. Nela é importante ganhar, mas
principalmente, é importante viver o momento, participar, e comemorar a festa
do futebol bem jogado, o congraçamento entre escolas de futebol e culturas, mas
acima de tudo a paz e a alegria que devem vir do esporte.
Como muitos, também fui, e sou,
contra a Copa no Brasil. Na verdade já o era antes de o Brasil ser escolhido
sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, pois não concordo que um país que
apresenta todas as carências que o nosso insiste em apresentar se prontifique
em sediar eventos dessa magnitude, mas na época me manifestei muito
timidamente, e a verdade é que a grande maioria apoiou e foi às ruas celebrar a
escolha do Brasil para sediar ambos os eventos.
Outros tantos reclamam das
roubalheiras nas obras, do lucro absurdo da FIFA (já o maior da história), do
descaso com que foram tratados os trabalhadores das obras, sujeitos a acidentes
e sem a segurança necessária e atenção devida após os acidentes, da presença de
trabalhadores voluntários, que auxiliam na organização e operação do evento,
das remoções forçadas para ampliações de pistas, construções de estacionamentos,
etc. Tudo já previsto nos projetos apresentados à FIFA e COI, e que poucos
brasileiros se deram ao trabalho de estudar, ainda menos em denunciar, e que
tiveram suas poucas vozes clamorosamente abafadas por uma imprensa ufanista e
uma população extasiada pelo impressionante “progresso brasileiro”.
Isso de forma alguma invalida
que, agora, a população se manifeste e cobre aquilo que lhe é de direito, e pelo
qual pagamos. E pagamos bem, já que nossos impostos são absurdamente altos, e
nosso retorno é muito baixo.
Mas isso não significa que não
possamos aproveitar o mês de festa e provavelmente bom futebol, que não
possamos nos congraçar com nossos visitantes estrangeiros, notadamente nossos
vizinhos sul-americanos, que deverão aparecer em grande número, apoiar nossa
seleção, e fazer dessa uma grande Copa do Mundo, a maior de todas, talvez, Algo
que não será esquecido, e dificilmente será batido. Pois se não teremos todas
as nossas obras concluídas, podemos compensar com sobras com alegria, e com uma
recepção calorosa, que só o brasileiro é capaz de oferecer.
Isso já vem ocorrendo. Já tivemos
exemplos no Rio de Janeiro e Santos, e isso pode se espalhar pelo Brasil.
Mas aproveitar a Copa e o momento
que ela proporciona, não significa que esquecemos todos os erros e desmandos
cometidos em nome de prepará-la, apenas que, embora intimamente ligadas, são
questões distintas, e como tal deverão ser tratadas. Podemos e devemos festejar
a Copa, assim como podemos e devemos protestar contra as deficiências
brasileiras, não só nas ruas, como também nas urnas, elegendo representantes
mais honestos e realmente comprometidos com a população brasileira.
Aprender a fazer isso e chegar a
esse estágio leva tempo. Mas só assim atingiremos níveis satisfatórios de
governabilidade e de democracia. Esse processo ocorreu, e ainda ocorre, em todas
as democracias do mundo. Porque no Brasil seria diferente?
Aproveite a Copa, divirta-se, mas
não esqueça o que acontece no seu país e, se você não está contente, dê a
resposta nas ruas e nas urnas. Tudo a
seu tempo.
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